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11:01 Luís Barreira 0 Comments


   Com um percurso absolutamente fantástico no futebol português nos últimos meses, Jorge Simão é uma das figuras mais competentes na Liga NOS. Tendo iniciado a época no Mafra, completou a maior parte da temporada na equipa que eventualmente iria subir à Segunda Liga, conseguindo na mesma temporada a impressionante proeza de levar o Belenenses à pré-eliminatória da Liga Europa onde, sob o comando de Sá Pinto, eventualmente iria garantir a presença histórica na fase de grupos. Com um rasto de sucesso por onde quer que passasse, a presente temporada levou Jorge Simão à capital do móvel onde tem o desafio mais aliciante da carreira, determinado por um número que motiva todo uma estrutura.

   Ao contrário da maioria dos treinadores, que transmitem constantemente a mensagem de que a sua equipa vai encarar "jogo a jogo", o técnico do Paços de Ferreira definiu uma meta não só ambiciosa, como extremamente inteligente. Na temporada passada, Paulo Fonseca terminou a temporada com os castores em 8º lugar com 47 pontos, a apenas 1 dos postos europeus. O objetivo para os pacenses é apenas 1: fazer melhor. Definida a meta dos 48 pontos, é para isso que trabalha diariamente.

   Tendo perdido elementos relevantes no plantel como Paolo Hurtado ou Michaël Seri, agora titularíssimo na Ligue 1 pelo surpreendente Nice, Jorge Simão teve que colmatar as saídas indicadas e formar um plantel competente, balanceando adequadamente juventude e experiência. E esse aspeto foi um dos primeiros em que Jorge Simão mostrou toda a sua competência, montando uma formação extremamente equilibrada em todos os setores.

   Embora já tenha rumado ao Sporting de Braga para a segunda metade da temporada, Marafona acabou por ser preponderante para o sucesso do Paços, contribuindo ativamente para o facto dos castores terem a 5ª defesa menos batida do campeonato português. Mais à frente, no setor defensivo, uma das surpresas da temporada, não só na equipa que veste amarelo e verde, como também em toda a Liga NOS: oriundo do Mafra, uma casa que Jorge Simão bem conhece, Marco Baixinho surgiu como um pilar no eixo central da defesa. O técnico português confiou num dos jogadores que mais garantias que lhe na temporada passada, enquanto ainda orientava o Mafra no então Campeonato Nacional de Séniores. Tal como tem feito Quim Machado no Vitória, o Paços mostra que não tem medo de apostar em atletas provenientes de escalões inferiores, sendo que estes são igualmente capazes de ter sucesso quando inseridos no contexto tático correto.

   Além de Pelé, o rochedo no meio-campo defensivo dos castores que também tem uma importante função como construtor de jogo, Christian tem sido uma das boas peças neste xadrez dos castores. Paciente à espera de uma oportunidade, o brasileiro ex-Nacional da Madeira tem funcionado como o 12º jogador da equipa, entrando em quase os jogos em que alinha de início como suplente.

   Dando uma enorme confiança a uma das revelações da segunda metade da última temporada, Jorge Simão tem contado com um ativo Diogo Jota para o papel de desequilibrador da equipa, algo que tem funcionado a seu favor. Confirmando-se a permanência de Bruno Moreira no clube nortenho até ao final da época, o melhor marcador português do campeonato e um goleador imprescindível, os 48 pontos são uma meta realista, possível e muito alcançável.

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