Até já, 21 anos depois

10:46 Luís Barreira 0 Comments

         
          Um dos maiores patrões do novo milénio ao que ao eixo central da defesa diz respeito, o colombiano Mario Yepes anunciou que irá pendurar as botas, mais de duas décadas depois de as calçar pela primeira vez como profissional no Cortuluá. Assim como uma referência e motivo de orgulho para o seu povo, o central colombiano continua a ter um culto dedicado na Europa, sobretudo para quem seguiu e viveu com ele as suas aventuras na França (PSG e Nantes) e Itália (Chievo, Milan e Atalanta). Porque mais do que um ordinário defesa, era um líder e um mentor.

           Com passagens por 9 clubes em 21 anos, a sua passagem pelo futebol europeu fê-lo maturar como jogador, mas sobretudo evoluir no paradigma mental. Deixou de ser outro de tantos meros centrais que se limitam a ocupar o 1º bloco de construção ofensiva ou simplesmente aliviar bolas para o mais longe possível quando é suposto. Para Yepes, tanto ou mais importante que construir jogo ou aliviar as bolas da sua zona de ação é a capacidade de liderança, uma característica rara que vai, aos poucos, desvanecendo nas novas gerações futebolísticas - salve raras e valiosas exceções. 

          Um dos pilares - não só defensivos, mas do conjunto em geral - da Colômbia quarto-finalista no Mundial de 2014, Mario Alberto Yepes Díaz funcionou como o braço direito de Pekerman na competição, liderando a turma dentro de campo. Mostrando uma consistência, lucidez e sobretudo capacidade física e de reação incomuns para um jogador de 38 anos, o seu desempenho na competição resumiu perfeitamente a sua carreira: sólida como uma rocha. 

          Não foi o cabelo grisalho que o obrigou a abandonar o futebol. Com 41 anos feitos na semana passada, a transição para a liderança do banco de suplentes é uma hipótese válida e, mais do que isso, muitíssimo interessante, tendo em conta a confiança e sabedoria que transmitia aos seus colegas dentro dos relvados. Com cerca de 750 aparições oficiais registadas durante a carreira, o futuro será certamente risonho para um dos mais internacionalmente consagrados e amados futebolistas colombianos de sempre.

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