O 'gigante' que escapou

11:48 Luís Barreira 0 Comments


          Mais do que nunca o mundo do futebol vai dando destaque àqueles que representam grandes clubes e têm um ainda maior valor de mercado. Porém, de vez em quando, são aquelas transferências esquecidas ou renegadas para um 3º ou 4º plano que realmente dão que falar pelo seu futuro valor dentro de campo. São uma espécie de filmes independentes do futebol que, de vez em vez, acabaram por aniquilar a concorrências nos Globos de Ouro ou nos Óscares. Não é uma analogia perfeita, mas é válida e faz com que a compreensão do assunto seja acessível.

          Nascido numa família de artistas, muito por influência do seu pai ser um dos artistas visuais mais requisitados da Europa, Erik Sviatchenko tem dupla nacionalidade. Optou pela Dinamarca, podendo também fazer carreira e alinhar na seleção ucraniana. Futebolista e referência no panorama dinamarquês da moda - graças a um conhecido blog que partilha com o irmão -, o "gigante" central de 1,85 - sobretudo pelo seu poder de impulsão, pujança e compreensão do posicionamento do adversário - foi um dos principais protagonistas do MONEYBALL do Midtjylland, uma espécie de cálculos matemáticos baseados na probabilidade e na análise do adversário que deram origem a uma predisposição tática revolucionária no futebol europeu, não tivesse sido o Midtjylland campeão dinamarquês na temporada passada.

          Galardoado como o melhor jogador da academia do clube na sua 2ª temporada como sub-19, o ano de 2009 acabou mesmo por lhe garantir a subida à equipa principal num processo lento, mas eficaz de adaptação e total afirmação numa das grandes potências do futebol nórdico. Embora mais velho, tem sido extremamente comparado a Jannik Vestergaard, central do Werder Bremen e compatriota de Sviatchenko. Será, muito provavelmente, a futura dupla da seleção dinamarquesa. E, sem qualquer dúvida, uma das mais imponentes e ao mesmo tempo menos convencionais do futebol europeu.

          Um golo absolutamente inacreditável apontando no Parken Stadion num amigável de seleções frente à França, em 2015, fez de Sviatchenko uma referência a um culto que, por alguns instantes, seguiu a sua carreira a pensar que seria, tendo em conta a qualidade demonstrada, um avançado. O interesse não ficaria reservado a meros adeptos.

          Continuando a comprar de forma eficaz na Escandinávia, o Celtic 'agarrou' Sviatchenko naquela que será uma das transferências mais produtivas do futebol escocês na presente década. Depois do sueco Lustig e do playmaker norueguês Johansson, o indiscutível campeão da Escócia voltou a pescar nas zonas mais frias da Europa. Porém, tal como das anteriores ocasiões, a equipa que veste de verde e branco volta a saber o que faz. Esta é, sem dúvida, uma das mais interessantes ocorrências no mercado de janeiro.

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