Avaa silmäsi!

13:20 Luís Barreira 0 Comments

         
          Hoje em dia o futebol é, sem surpresa, o desporto mais popular no mundo. Poucos são os países que escapam a essa tendência de privilegiar o futebol e as suas transmissões fazendo com que, muitas vezes, outras modalidades igualmente interessantes sejam ofuscadas ou simplesmente esquecidas pelas estações, imprensa e, consequentemente, o público. Mesmo que com adeptos menos fervorosos, como acontece por exemplo na América do Sul, a Europa é considerada a capital do futebol mundial. Excecionalmente, a Finlândia constitui um dos únicos países europeus onde o futebol é, muitas vezes, ofuscado por outra modalidade. No caso, o hóquei no gelo onde é uma das maiores potências mundiais.

          Ora isto significa que, muitas vezes, jogadores de grande qualidade não sejam reconhecidos pelo próprio país ou pelo local onde jogam, faltando o incentivo patriótico do país em questão. Markus Halsti foi em anos sucessivos um dos melhores jogadores a atuar na Escandinávia, atuando inclusive na Liga dos Campeões. Porém, o seu talento não foi proporcional à (falta de) atenção que foi recebendo na imprensa nórdica. Uma enchente de consistência e de inteligência na defesa e no meio-campo do Malmö, fazendo valer a sua polivalência, não foi suficiente para despertar outros emblemas europeus que ficariam muitíssimo bem servidos.

          Aos 31 anos de idade, é um pecado futebolístico que o finlandês nascido em Helsínquia tenha apenas efetuado 20 jogos no escalão sénior do seu país. Foi mesmo no Malmö que teve a maior oportunidade da sua carreira em termos de títulos e visibilidade: ganhou 4 troféus e atuou em alguns dos maiores palcos europeus na Liga dos Campeões. Uma imprevisível cadeia de eventos levou-o para os Estados Unidos da América, onde é neste momento um dos pilares da equipa do DC United num percurso que não começou por ser fácil. Uma lesão no joelho e uma reabilitação difícil fizeram-no falhar vários meses de competição, ganhando eventualmente o seu lugar na posição 6, servindo como a força maior no processo de construção e a torre que protege a defesa no momento defensivo.

          O hóquei no gelo é fantástico, mas o futebol também. E é de facto doloroso ver jogadores com esta qualidade a serem ofuscados no próprio país.

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